Um momento de esperança

Um momento de esperança

Texto por Mayumi, Sérgio, Vitória e Vitor

        Desde os primórdios, o dia 25 de dezembro é comemorado. Ainda antes de se tornar um marco para algumas religiões cristãs, a data já era reverenciada por povos da Antiguidade, como egípcios, mesopotâmicos e romanos: marcava a noite mais longa do ano no Hemisfério Norte. Nesse contexto, após essa data, iniciavam-se os dias mais longos, com mais horas de Sol disponíveis, fato de extrema importância para os humanos que dependiam essencialmente da agricultura. Sob essa ótica, a nossa velha conhecida “noite de Natal”, ainda que não com esse nome e em um cenário de comemoração totalmente diferente, há milhares de anos é símbolo de festividade, renovação e esperança para os próximos períodos que estão por vir.

      Com o início da pandemia de Covid-19 e seu isolamento social imposto, as dúvidas, incertezas e reflexões surgiam: a fragilidade e efemeridade da vida, as indagações sobre quando tudo voltaria ao normal, o receio de como seria esse “normal”. Quase um ano e meio depois, a campanha de vacinação em massa e o início das flexibilizações trouxeram certa dose de ânimo a quem perdeu momentos, pessoas e crenças durante a pandemia.

        Portanto, ao que parece, o dia 25 de dezembro de 2021 terá um aspecto diferente em relação aos demais: Voltaremos a viver a nossa vida como era há quase dois anos atrás. Assim, o natal que, para muitos, representa renovação e esperança, poderá ser símbolo do final de nossa vida remota para a presencial – algo que tanto foi desejado durante este período. Mas, após tanto tempo, acontecimentos e mudanças, precisamos ter em mente que talvez as coisas não estejam como antes: assim como nós nos adaptamos a um novo estilo de vida, agora teremos que nos acostumar ao presencial novamente, a interagir, a socializar e a não poder mais se “esconder” atrás das telas dos computadores.

      Por outro lado, esse "novo normal" terá como vantagem principal um sentimento de comunidade, reavivado pelas dificuldades da pandemia. Durante os últimos dois anos, foi de extrema importância o apoio daqueles ao nosso redor, não apenas no sentido de lidar com a solidão do isolamento social, mas também no de sobreviver aos problemas econômicos causados pelo vírus. Ademais, no cenário internacional, vimos países ricos doando vacinas a países pobres e países que adotam políticas extremamente neoliberais – e não possuem, por exemplo, saúde pública universal – repensarem, pelo menos em parte, esse valores, como é o caso nos Estados Unidos. Assim, o natal se ressignifica novamente, tornando-se símbolo não só da esperança do retorno ao presencial, ou à "normalidade", mas também da esperança do retorno a um mundo mais unido e mais humano.

      Que com esse natal, sejam renovados aspectos da vida, que eram tão normais alguns anos atrás, como o contato presencial, mesmo que de forma limitada, a interação entre as pessoas, as aulas presenciais, e a vida, como conhecíamos antes da pandemia, de modo que, mais uma vez, o natal se mostre como tempo de renovação e esperança.