O Porquê da Matéria - Embalagens comestíveis do dia a dia

O Porquê da Matéria - Embalagens comestíveisO Porquê da Matéria - Embalagens comestíveis 2

        Você já imaginou colocar uma pizza no forno e não precisar retirar a embalagem plástica? Ou então utilizar a embalagem para fazer seu suco ou sua sopa? Esses são exemplos que estão se tornando cada vez mais comuns na indústria de embalagens e prometem reduzir a produção de plásticos convencionais que apresentam problemas de descarte. O Porquê da Matéria de hoje vai apresentar uma visão das embalagens comestíveis e algumas de suas aplicações e possibilidades.

        Em geral, as embalagens comestíveis são biopolímeros formados a partir de alimentos frescos ou de resíduos de outros processos industriais, dos quais são extraídos compostos que vão formar as embalagens. O biomaterial pode ser agrupado de acordo com sua composição, sendo eles: Hidrocoloidais (proteínas e polissacarídeos), Lipídicas ou Compostas (possuem componentes dos dois outros grupos). Além disso, elas podem ser divididas em dois tipos: os filmes e os revestimentos.

        A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolve biopolímeros que podem ser aplicados em embalagens comestíveis, sendo um dos seus estudos a fabricação de filmes plásticos feitos de polissacarídeos como amido, pectina e hidroxipropil metilcelulose. Os componentes são extraídos da polpa e de cascas de frutas (goiaba, mamão, maracujá, entre outros) ou de legumes (beterraba e cenoura), e o produto final poderia embalar diversos tipos de alimentos. Outro produto desenvolvido pela Embrapa é uma película, composta por tomate, que pode ser utilizada para embalar pizzas e também acompanhá-las ao forno. Ao ser aquecida, a embalagem se incorpora à pizza, servindo como parte da refeição.

        Um exemplo encontrado no mercado é a startup da Indonésia Evoware, a qual produz embalagens de alimentos e sachês feitos de um material à base de algas marinhas. O material tem validade de 2 anos e pode ser consumido junto com o alimento, ou então dissolvido em água morna para formar um caldo. Além disso, se a embalagem não for consumida, ela pode ser utilizada como adubo, uma vez que também é biodegradável. A startup também produz copos comestíveis à base de algas, que são compostáveis e dissolvem em 30 dias quando em contato com a terra. Por fim, esses produtos representam uma grande tendência na indústria de embalagens, buscando uma alternativa sustentável ao substituir aqueles formados a partir do petróleo que apresentam problemas de descarte.

Fontes:
https://revistapesquisa.fapesp.br/embalagens-verdes/
https://www.sna.agr.br/embalagens-comestiveis/
https://www.newplasticseconomy.org/innovation-prize/winners/evoware
Fonseca, S. F. Utilização de Embalagens Comestíveis na Indústria de Alimentos. 2009. 34f. Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Bacharelado em Química de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.