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O Por Quê da Matéria: Cuidado ao colocar recipientes de vidro no fogo
Continuando a nossa série de posts “O Porquê da Matéria”, hoje falaremos um pouco mais sobre os recipientes de vidro e se estes podem ou não ir ao fogo, visando sempre uma explicação fundamentada na Engenharia de Materiais aplicada no nosso cotidiano. Por que tomar cuidado ao colocar recipientes de vidro no fogo?
Em primeiro lugar, os vidros sofrem com a alta dilatação térmica, portanto transferi-los direto da geladeira ou freezer para fontes de calor (como chama do fogão ou água quente) vai fazer com que haja dilatação térmica e risco de quebra. Por se tratar de um mau condutor térmico, não dá tempo do calor se espalhar de forma homogênea sobre todas as faces do recipiente e, então, a face aquecida irá dilatar (vidros têm uma boa dilatação), criando tensões que irão tracionar a face fria e, logo, ocasionando trincas ou até mesmo a quebra total do recipiente. O contrário também acontece: um recipiente quente ao receber um resfriamento muito rápido (como colocar na água corrente da torneira) também irá trincar. Caso a peça seja bem fina, melhor e mais rápida será a distribuição de calor, o que pode fazer com que não haja diferença de temperatura entre faces e, consequentemente, menos risco de quebra.
Do ponto de vista da Engenharia de Materiais, vidros são cerâmicas, mas não são refratários. Por definição, refratários são os materiais que aguentam altas temperaturas sem se decompor, o que não é o caso dos vidros mas é o caso do revestimento de churrasqueiras e fogões domésticos, por exemplo.
Portanto, além de tomar o cuidado de verificar se as travessas e recipientes podem ir ao fogo (geralmente estão impressos no fundo da peça, na tampa ou na embalagem), temos que tomar cuidado com o manuseio a diferentes temperaturas para evitar o choque térmico que pode estragar totalmente a peça.
https://vidrado.com/noticias/artigos/resistencia-do-vidro-ao-choque-termico/
https://engenheirodemateriais.com.br/2016/12/08/materiais-refratarios/
https://organizzeconsultoria.com.br/2015/11/o-misterio-das-travessas-de-louca-e-potes-de-vidro/