Materiais Inovadores: Cimento Nanoestruturado

        Dando continuidade ao nosso quadro sobre materiais inovadores, hoje falaremos um pouco sobre o cimento nanoestruturado desenvolvido na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mas, para isso, precisamos primeiro falar um pouquinho sobre os nanotubos de cabono.

        Um nanotubo de carbono equivale à bilionésima fração de um metro, ou seja, é 100 mil vezes mais fino que um fio de cabelo. Dentre as características dos nanotubos de carbono estão a ótima condutividade elétrica, flexibililidade e elasticidade, aliadas a uma resistência cerca de cem vezes maior que a do aço! Por essas propriedades, esse material pode ser utilizado em inúmeras aplicações.
Com isso em mente, pesquisadores da UFMG desenvolveram um cimento nanoestruturado, com a incorporação de 0,5% de nanotubos de carbono. A pesquisa foi desenvolvida pelos professores Luiz Orlando Ladeira e José Marcio Calixto, em parceria com uma empresa de cimentos pertencente ao grupo Camargo Corrêa. O processo inovador de incorporação dos nanotubos de carbono ao cimento evita que as nanofibras aglomerem, possibilitando que se dispersem por toda a matriz cimentícia, conferindo uma melhora substancial nas propriedades mecânicas do material sem encarecer o produto final. “Hoje sabemos que a adição de 0,3% de nanotubos em compósitos cimentícios aumenta seu modo de tração em 60%. Ou seja, uma pitadinha muda essa propriedade”, resume Luiz Orlando Ladeira. Para o concreto armado, os pesquisadores estimam que será possível usar menos armaduras de aço em estruturas que utilizem esse tipo de cimento.
        Depois de mais de dez anos de pesquisa na área a UFMG conseguiu recentemente (2019) a patente do produto. O próximo passo, segundo os pesquisadores, é a produção do nanocimento em escala industrial.