As Máscaras de Zorro

Máscaras


Escrito por: Augusto da Veiga (Guto)

         Não é novidade para ninguém a quantidade de informações recebida neste período de isolamento. Elas chegam por todos os lados, sem pedir licença, e, como muitos têm consciência, não são verdades absolutas. Cabe a todos os seres dotados de um telencéfalo altamente desenvolvido - parafraseando o documentário “Ilha das flores” (1989), de Cecília Meireles e dirigido por Jorge Furtado - recebê-las, questioná-las e averiguá-las, antes de repassá-las.
         Dentre todo o vasto leque de informações, umas das mais difundidas foi quanto ao uso ou não das máscaras faciais. Primeiro, vale ressaltar que é um momento de muitas dúvidas e é natural que todos desejem se apegar a alguma certeza. No entanto, as informações, assim como o próprio Sars-CoV-2 (transmissor da doença COVID-19), podem mutar rapidamente. Mesmo assim, algo que se consolidou ao redor do globo (não plano, como alguns tentam defender) é que o uso da máscara é, sim, importante para quem precisa sair para a rua.
No início da pandemia, divulgou-se que o uso da máscara poderia ser mais prejudicial, já que as pessoas não têm familiaridade com o equipamento e, assim, poderiam se contaminar ou contaminar mais pessoas, além de ela passar um sentimento de super proteção, o qual poderia subestimar a vulnerabilidade humana a algo que não é uma “gripezinha”. Hoje em dia, averiguou-se que elas são capazes de reduzir o contágio, umas vez que formam mais uma barreira física contra o vírus. Claro, seu uso deve vir acompanhado de outras medidas de cuidado, como distanciamento de 2 metros entre pessoas, higiene de mão e rosto, entre outras, como pode ser mais aprofundado no texto deixado abaixo, publicado pelo EL PAÍS, em 03/04/2020*.
         Como forma de não contribuir com o desabastecimento de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), as máscaras feitas em casa pode ser uma solução. É importante que estas máscaras tenham duas camadas, cubram nariz e boca, e sejam constantemente higienizadas da forma adequada (sabão, cloro, etc). Inclusive, nesse ímpeto, é muito importante ressaltar que as máscaras usadas por profissionais de saúde estão escassas no mercado (sobretudo as que protegem mais eficientemente, como a conhecida N-95) e, claro, quem salva o mundo não são os Estados Unidos, mas sim as Universidades.
         Aqui, na UFSCar, houve uma mobilização para se produzir protetores faciais por impressão 3D**, feita por Marcos Tan Endo, a qual foi substituída pela produção pelo processo de injeção***, gerando maior produtividade e melhor acabamento superficial e possibilitando entregar 6 mil protetores por semana à sociedade.
         Cabe - a quem pode ficar em casa - respeitar as indicações dos profissionais de saúde do mundo e não sair. Quem precisar sair, deve, então, utilizar máscara, se higienizar e nunca se esquecer do três mandamentos do cidadão de bem: defender o SUS, a Universidade e a Ciência.

*https://brasil.elpais.com/sociedade/2020-04-03/mascaras-contra-o-coronavirus-sim-ou-nao-mandetta-defende-ate-as-caseiras-feitas-de-pano.html
**https://www.acidadeon.com/saocarlos/cotidiano/coronavirus/NOT,0,0,1496500,ufscar+produz+equipamentos+de+seguranca+para+hospitais.aspx?fbclid=IwAR1pEerUErjpVeEPdUrOC-Q4K0XCkSa2ttNjzJTu4bxh_oZNpfRc1mVbrqs
***https://www2.ufscar.br/noticia?codigo=12659&fbclid=IwAR0tGC7eHL0pSxVgvRd-7lMfUNH034TxHqXv5a9hEKw9y3LL8E3TBkP5Oco