[21ª EDIÇÃO] Curiosidades: Os polímeros aplicados na ecologia

[21ª EDIÇÃO] Curiosidades: Os polímeros aplicados na ecologia


Por: Fernanda Alice e Pietro Bortolini


Desde o fim da segunda guerra mundial, período em que o movimento ambientalista se organizou, o mundo procura formas de investigar o impacto ambiental gerado, desde a produção de lixo doméstico às emissões de CO e CO2, a fim de procurar formas de conservar o planeta em que vivemos. No entanto, certas empresas e indústrias escolhem “soluções ecológicas, que apenas mascaram o problema,” para conseguir um “selo verde”, sendo que, na realidade, as ações tomadas continuam sendo tão quão prejudiciais ao meio ambiente. Neste texto, iremos esclarecer a diferença entre polímeros biodegradáveis de fato, e os polímeros oxibiodegradáveis, materiais comumente camuflados como ecologicamente corretos.

Mas afinal, qual a diferença entre um plástico biodegradável e oxibiodegradável? Um plástico biodegradável é aquele que, ao fim do seu ciclo de vida, será degradado pela ação de microrganismos em até 180 dias, sendo normalmente derivado de fontes vegetais. Já os oxibiodegradáveis são deteriorados pela ação do oxigênio e são produzidos a partir da inserção de aditivos pró-degradantes (geralmente sais metálicos) em polímeros convencionais feitos a partir de subprodutos da indústria do petróleo. A intenção inicial de inserir esses aditivos era que, ao fim da fragmentação do plástico, o polímero pudesse ser degradado por bactérias, porém, estudos apontam que os plásticos oxibiodegradáveis não são capazes de atravessar integralmente esse processo, gerando micropartículas no final de sua deterioração – isto é, microplásticos, que permanecerão no meio ambiente, poluindo e contaminando o ecossistema, e, por consequência, causando diversos malefícios à saúde humana e animal.

Além de não serem biodegradáveis de fato, os oxibiodegradáveis ainda prejudicam e inviabilizam o processo de reciclagem do material, isso porque, ao ser propagandeado como um material oxibiodegradável, o consumidor acredita que é um produto “sustentável”, e não se preocupa com a reciclagem, que é a solução mais eficaz para o tratamento de resíduos plásticos. Ademais, os aditivos pró-degradantes comprometem as propriedades mecânicas do material no pós-consumo, tornando-o inviável para a reciclagem. Por todos esses motivos, a União Europeia proibiu o uso do aditivo oxibiodegradável a partir deste ano de 2021. Além disso, mais de 150 organizações, incluindo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), endossaram o posicionamento da Fundação Ellen MacArthur que pede o banimento dos plásticos oxibiodegradáveis por conta do seu grande potencial poluidor, por não atender aos princípios da economia circular e por prejudicar a reciclagem.

Assim, é de suma importância se informar acerca dos produtos que consumimos, já que, ao sabermos do verdadeiro impacto que causamos, podemos nos levantar contra atitudes “verdes” falsas e exigir ações concisas que auxiliem verdadeiramente na conservação do meio ambiente. Todos podemos contribuir de alguma forma para o meio ambiente, seja pela conscientização de amigos e parentes, ou até mesmo pelo consumo consciente de produtos, optando por aqueles com a menor pegada ecológica. Portanto, nós do Jornal A Matéria temos apenas uma mensagem final para vocês, caros leitores: se informem e reciclem!