[18ª Edição] SEMa eXperience: Um pouco sobre a organização e o sucesso do evento

SEMa eXperience


Escrito por: Augusto da Veiga e Laura Ferreira

        A organização da X SEMa foi apenas mais um dos problemas que a pandemia trouxe. Como de praxe, a partir do final da nona edição, em agosto do ano passado, iniciamos as mudanças na equipe e as ideias e seleção para a nova Comissão Organizadora. Logo após a formação completa do novo time, já iniciamos as reuniões para o desenvolvimento de um novo evento. Criamos identidade visual, pensamos em palestrantes, entramos em contato com patrocinadores e já pensávamos em salas para reservar. A deflagração da pandemia colocou tudo por água abaixo. Para continuarmos a garantir oportunidades diferentes de contato de estudantes com o curso, pensamos na possibilidade de um evento online.
        Após analisarmos a viabilidade de um evento não-presencial - sendo que nunca havíamos passado por isso - iniciamos tudo praticamente do zero, mas com adaptações, para criar a SEMa eXperience. Criamos uma nova identidade visual, estudamos o funcionamento de plataformas e conversamos com outras pessoas que tiveram essa experiência. O que por um lado era tratado como empecilho, tornou-se uma praticidade, pois praticamente não tínhamos limites de pessoas para contatar, tempo de evento e atividades e outros fatores que acabam restringindo algumas possibilidades nos moldes padrões.
        Decidimos por realizar o evento ao longo de um mês - de 08 de agosto a 03 de setembro - com quatro atividades diferentes: palestras, rodas de conversa, minicursos e workshops. Todas foram transmitidas para o nosso canal no YouTube, através da plataforma Stream Yard, com exceção dos minicursos, os quais foram feitos através do Google Meet. Para adequar o evento ao dia a dia de quem fosse assistir, fizemos uma atividade por dia, às terças, quintas e sábados e, por mais que não houvesse um delicioso coffee entre elas, tivemos uma participação enorme.
        O primeiro sinal de sucesso do evento surgiu logo durante as inscrições: foram 760 inscritos, abrangendo 21 estados brasileiros, além conter representantes de outros países, como Bolívia, Alemanha e Espanha. Quanto às instituições de ensino dos inscritos, houve também uma grande diversidade. Mais de 50% dos participantes se afastavam do nosso público usual (estudantes da USP e da UFSCar), contando com alunos/as de ensino médio, de graduação, pós-graduandos/as, professores/as e, inclusive, estudantes de outros cursos, das áreas de ciências exatas, humanas e biológicas.
        Na palestra de abertura ministrada por Bráulio Salumão, sobre como a Engenharia de Materiais transforma o presente, tivemos uma participação máxima de 380 visualizações simultâneas e um total de 1300, a qual foi a maior do evento. Contamos com a presença ilustre do criador do curso e da UFSCar, professor Sérgio Mascarenhas, quem trouxe uma aula de como enxergar o futuro, através dos olhos de um gênio. Finalizando nossas palestras, a engenheira Bruna Turino nos contou sobre como é a carreira de Engenharia de Materiais dentro de uma empresa estatal e, com certeza, abriu os olhos de muitas pessoas para seguir este caminho.
        As rodas de conversa tiveram um caráter mais dinâmico: os/as participantes tinham total liberdade para deliberar sobre perguntas trazidas por quem assistia. Bruna Mafra, Caio Exposito e Kareline Guerino trouxeram uma discussão acerca dos desafios e oportunidades da carreira em pesquisa e desenvolvimento (P&D) na indústria. Para trazer as mobilizações do nosso curso em relação à pandemia, trouxemos Dachamir Hotza e Gustavo Simões (inicialmente a pesquisadora Talita Mazon também participaria, mas infelizmente não pode participar), que mostraram suas pesquisas e produtos que atuam a favor do ser humano nessa luta, traçando possíveis futuros de inovação nesta área.
        Os minicursos tinham um caráter mais técnico, voltado para incluir pessoas que estivessem em todas as fases do curso. Foram seis minicursos divididos em três partes: três deles voltados à discussão do tetraedro da Engenharia de Materiais com as três ênfases, ministrados por Talita Rigolin (polímeros), Francisco Coury, José Spinelli e Guilherme Koga (metais) e Juliana Mara e Luis Fernando da Silva (cerâmicas); e, somados a esses, sobre materiais compósitos (ministrado por Lidiane Costa e Marilia Sônego), biomateriais (por Eduardo Backes, Piter Gargarela e Murilo Crovace) e polímeros biodegradáveis (por Lucas Henrique Staffa e Marcelo Chinelatto).
        Por fim, os workshops trouxeram aspectos sobre os famosos soft skills, tão importantes para a vida e para o mercado de trabalho. O primeiro, realizado em parceria com a startup TRACTIAN, foi ministrado por Miriam Koga, sobre organização de currículo e LinkedIn e deu amplas visões e dicas sobre as melhores maneiras de disposição das informações e como vender melhor a ideia de cada uma. Em seguida, os representantes da empresa de consultoria Visagio, Jonathan Gouvea e Julia Ribeiro, trouxeram métodos de apresentação de histórias e estruturas narrativas para várias ocasiões, desde apresentações executivas até a estruturação de um currículo. O workshop 3 de mapeamento de jornada dos clientes, por Bruno Cabral, diretor do EloGroup, elucidou sobre a importância deste método para um empreendedor, gestor ou qualquer profissional e como fazê-lo. Já a última atividade do nosso evento contou com a participação de um ex-organizador da SEMa, Caio Zaio, para trazer dicas sobre processos seletivos, que geralmente são razões de perda de sono para muitas pessoas.
        O evento tomou proporções muito maiores do que qualquer SEMa antes realizada, provando a capacidade dos alunos de transformar um momento adverso e difícil como o que vivemos em uma oportunidade de compartilhar uma experiência de aprendizado e comunicação com um público que, de outra forma, poderia não ter essa oportunidade. Tal sucesso foi comprovado pelos participantes e ministrantes do evento, que não pouparam elogios ao comentar sobre a organização, as atividades realizadas e o conteúdo ofertado durante a SEMa eXperience.
        Segundo a presidente da comissão organizadora, Maria Clara Rodrigues (018/UFSCar), a conquista foi resultado de um trabalho árduo de cada membro da comissão: “ A equipe da SEMa foi maravilhosa durante todo esse novo processo, fizeram muito mais do que o imaginado, entregaram um evento muito melhor e maior do que o esperado e tudo isso foi feito na base da confiança; fechamos os nossos olhos e nos entregamos para uma experiência nova e por isso acredito que seja tão importante acreditar naquele que está do seu lado trabalhando com você. Independentemente de onde, tenha pessoas com quem você sabe que pode contar e que vão te auxiliar a fazer acontecer, isso torna qualquer dificuldade mais fácil.” A presidente ainda deixa um recado para aqueles que estão esperando a décima edição da SEMa: “Hoje, olho para a SEMa eXperience com muito orgulho e felicidade. Fico lisonjeada de ter feito parte de tudo isso e aguardo ansiosamente pela experiência do presencial, que com certeza será feito com muito amor, dedicação e maturidade de todos da nossa equipe. Acredito que após o término da SEMa eXperience todos ficaram com um gostinho de quero mais.”
        A X SEMa ainda não tem data marcada devido à imprevisibilidade da situação que vivemos; no entanto a comissão organizadora já está começando a se organizar para a realização desse evento tão esperado, que promete superar todas as edições anteriores e conta com a presença de todos!

[Texto retirado da 18ª edição do Jornal A Matéria, disponível em: bit.ly/EdicoesAMateria]